Foguetes na Infância: a arte que acende identidade e memória

JHONATA TORRES DOS REIS
Por -
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°Artes Cultural

Bem-vindos a uma jornada onde tradição e ousadia se entrelaçam: a prática dos fogueteiros ilumina o céu e semeia memória nas crianças, conectando gerações por meio de rituais, saberes e celebrações.



Em cidades do Nordeste brasileiro, como Estância (SE), a presença dos fogueteiros nas festas juninas vai além do espetáculo: é expressão de identidade, ofício artesanal e experiência comunitária transmitida de geração em geração. O contato da criança com essa linguagem visual e sonora constrói memórias afetivas que sustentam pertencimento e orgulho local.

Estruturas pirotécnicas como o Barco de Fogo — montadas coletivamente com madeira, papéis coloridos, bandeirolas e dispositivos pirotécnicos — transformam noites em narrativas compartilhadas. A observação, a participação controlada e o aprendizado do saber-fazer compõem um rito de iniciação que integra história, técnica e sociabilidade.



A tradição que ilumina o céu e a alma

O Barco de Fogo e as competições de espadas e buscapés são exemplos de como a pirotecnia local se converte em patrimônio imaterial: são práticas coletivas que representam criatividade, resistência cultural e economia comunitária. A montagem e a queima ritualizada articulam ofício, celebração e identidade regional.

Ao transformar a noite em espetáculo, os fogueteiros produzem também um palco de aprendizagem: carpintaria, montagem, logística e noções básicas de segurança passam a fazer parte do repertório das famílias envolvidas.


Infância e pertencimento: a iniciação no fogo

Para muitas crianças, crescer entre foguetes e bandeirinhas é vivenciar um rito de passagem. Participar de preparativos, ouvir histórias dos mais velhos e assistir ao cortejo pirotécnico cria um elo afetivo que reforça laços familiares e comunitários.

  • Aprendizado artesanal: aquisição de técnicas manuais e conhecimento prático sobre a construção dos artefatos e seus cuidados.
  • Senso de comunidade: envolvimento coletivo que fortalece identidade local e a transmissão intergeracional de saberes.
  • Respeito e segurança: convivência orientada que ensina limites, responsabilidade e cuidado com materiais perigosos.

“A experiência de ver o céu riscado pelo barco de fogo é, para a criança, a primeira aula de pertencimento: é ali que nasce o orgulho de um lugar.”
— Informando Melhor

Preservação, economia e futuro

A produção pirotécnica tradicional sustenta economias locais e oferece oportunidades de sustento para famílias e artesãos. Apoios institucionais, festivais e documentários ajudam a reconhecer esses saberes como parte integrante da memória cultural e a criar mecanismos de preservação.

Ao valorizar a figura do fogueteiro desde a infância, as comunidades garantem a continuidade de uma linguagem cultural viva, capaz de se reinventar sem perder suas raízes, inspirando novas gerações a assumir papéis de criação, organização e liderança cultural.

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