Mudança de voz: entenda a transformação biológica por trás do som humano

JHONATA TORRES DOS REIS
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°Saúde e Bem-Estar
A mudança de voz é um processo fisiológico inevitável, resultado direto de variações hormonais e estruturais no corpo humano. A transformação mais marcante ocorre durante a puberdade, fase em que o organismo passa por uma reconfiguração completa impulsionada pelos hormônios sexuais — especialmente a testosterona e o estrogênio.

Nos homens, o aumento significativo da testosterona provoca o crescimento da laringe e o alongamento das pregas vocais, tornando o som mais grave e encorpado. É nesse período que o chamado "pomo de Adão" se torna visível e a voz pode sofrer pequenas instabilidades, conhecidas popularmente como quebras vocais. Já nas mulheres, a mudança é mais sutil, mas perceptível: as cordas vocais se espessam levemente, o que gera um timbre mais maduro e estável.

Segundo especialistas em fonoaudiologia e otorrinolaringologia, a mudança de voz não é apenas um fenômeno da adolescência. Ao longo da vida, fatores como envelhecimento, tabagismo, uso excessivo da voz e doenças respiratórias podem alterar o timbre natural. Com o avanço da idade, ocorre uma perda gradual da elasticidade muscular e da lubrificação das cordas vocais, o que pode resultar em rouquidão, falhas sonoras e perda de potência.

A manutenção da saúde vocal depende de práticas simples e eficazes. Hidratar-se com frequência, evitar o uso abusivo da voz e manter uma boa respiração diafragmática são atitudes fundamentais. Profissionais da voz, como locutores e professores, costumam adotar exercícios de aquecimento vocal e acompanhamento fonoaudiológico preventivo para preservar a clareza e a resistência sonora.

A voz é uma das principais ferramentas de expressão humana. Ela traduz emoções, intenções e identidade. Compreender as razões por trás de suas transformações é compreender parte essencial da biologia humana e da comunicação social. Cuidar da voz é, portanto, cuidar da própria assinatura sonora que distingue cada indivíduo.

Fonte técnica: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), Organização Mundial da Saúde (OMS), Instituto Nacional de Otorrinolaringologia (INORL).

Matéria produzida pela Redação Informando Melhor — Jornalismo científico e educativo.

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